Blog do Notre

abr
2
2024

O Dia Internacional de Conscientização do Autismo e a importância da inclusão

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Desde que foi descrito pela primeira vez na literatura médica, em 1943, o Autismo vem ganhando novos contornos e ficando mais conhecido. Naquele ano, um médico austríaco percebeu hábitos repetitivos, dificuldades sociais extremas e inteligência diferenciada (ou um uso muito particular da mente) em alguns pacientes em tratamento.  Essa primeira abordagem ao transtorno tornou-se marco importante para os indivíduos que estão no chamado “espectro autista”, assim como as descobertas científicas desde então deram-lhes a chance de quebrarem preconceitos.

Ainda assim, em campanha televisiva mais de quarenta anos depois, com famoso ator da década de 1980, o autismo era descrito como uma doença. Hoje já se sabe que é um transtorno do neurodesenvolvimento, o qual engloba milhões de pessoas no Brasil de modos muito diferentes: é um espectro. E se há, sim, aqueles que precisam de muito suporte para se desenvolver (autistas de nível três, sem nenhuma ou quase nenhuma independência), isso não é sinal de que não possam ter uma vida mais plena de significado e amor, e que não consigam aprender a ler o mundo que os rodeia, ainda que com dificuldade.

Houve épocas em que a educação do autista nem era cogitada; outras, nas quais era legada somente às chamadas “escolas especiais”. Embora atualmente uma clínica-escola possa ter fundamental importância na vida de muitas famílias, sabe-se que a inclusão da criança com autismo na escola regular é um grande benefício. Ganha a própria criança, convivendo com seus pares e desfrutando do ensino de maneira adaptada para si, e ganham todos os colegas neurotípicos, com a chance de conhecer a diversidade, a pluralidade, uma mente que funciona de maneira singular e apaixonante.

É assim que, mais que um direito, a inclusão social dos autistas – o acesso à escola, aos lugares públicos, o reconhecimento de seus desafios, a cordialidade diante de suas crises – é um ato de amor ao próximo, como aprendemos com Nosso Senhor. Faz bem à pessoa no espectro, que recebe esse amor; faz bem a quem o dá, e pode conhecer a verdadeira caridade (sinônimo de amor e não, como se pensa erroneamente, de assistencialismo).

Um conhecido palestrante autista (Nícolas Brito Sales) costuma dizer em suas apresentações que “nem todo ser humano é autista, mas todo autista é um ser humano”. Acrescente-se: como tal, é constituído de dignidade, e educável em sua mente e em seu coração. Nosso colégio saúda os educandos com TEA, pelo dois de abril, Dia Internacional de Conscientização do Autismo, com a certeza de que todas as nossas mentes e os nossos corações ganham com a neurodiversidade em ambiente escolar.

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